Lagoa Humantay em Cusco: Como ir?
Cusco, no Peru, é conhecida por suas paisagens deslumbrantes e beleza natural. Entre os destinos mais populares da região, encontra-se a Lagoa Humantay, um lugar de rara beleza que encanta…
Embora a região Andina seja conhecida por suas maravilhas naturais e culturais, devemos acrescentar outra maravilha que é a gastronomia, e um dos personagens mais icônicos na gastronomia Andina é o cuy, a partir deste ser tão adorável que são preparados diferentes pratos.
Nas últimas décadas, deixou de ser um animal de criação doméstica para se tornar um grande negócio e, aos poucos, entrou na gastronomia das principais cidades e nos melhores restaurantes dos países que se situam na região andina.
O cuy (cavia porcellus), conhecido como porquinho-da-índia, cuí, cuyo, cuyé, cobayo ou cobaya, pertence à família Caviidae. É um pequeno mamífero herbívoro originário da região noroeste da América do Sul, que vive naturalmente em áreas abertas. Eles usam buracos e tocas para se esconder e se proteger, e têm uma longevidade de 4 a 6 anos. Seu nome vem de uma palavra quéchua, uma onomatopeia indígena sul-americana derivada do som que este animal faz como um chamado de alarme.
Quando o cuy foi domesticado?
As evidências existentes mostram que o cuy foi domesticado pelas populações das áreas Andinas da América do Sul há cerca de 2.500 a 3.600 anos.
Que culturas evidenciam a domesticação e o consumo do Cuy?
Nos estudos realizados no templo de Cerro Sechín (Peru), foram encontrados depósitos abundantes de excrementos de cuy e no primeiro período da cultura Paracas, chamado de Cavernas (250 a 300 a.C.), os habitantes já se alimentavam de carne de cuy. Para o terceiro período desta cultura (1400 d.C.), quase todas as casas tinham um espaço reservado para criação de cuyes.
Foram encontradas cerâmicas, como nos huacos Mochica e Vicus, que mostram a importância deste animal na alimentação humana. Foram retirados restos de cuyes em Ancón, ruínas de Huaycán, Cieneguilla e Mala. Ali foram encontrados crânios mais alongados e estreitos do que os atuais, sendo também abobadados e com uma articulação naso-frontal irregular semelhante ao Cavia aperea.
Além disso, foi consumido pelos Incas, sendo utilizado para rituais e pratos festivos. Os Incas costumavam preparar um prato à base de cuy para cada mês do ano, para servir em suas celebrações à mãe terra. Por exemplo, no mês de agosto, chamado de Chacra Yapuy Quilla em quechua (que significa o mês de limpar a terra), os Incas voltavam para suas casas para varrer e depois queimar o que não servia. Dessa forma, eles eliminavam o que não servia para poder começar a semear e obter melhores frutos da terra.
Esta espécie é considerada uma das espécies animais mais utilizadas na alimentação do homem pré-colombiano, e as evidências arqueológicas das culturas pré-incas e incas demonstram a presença de sua criação em diferentes territórios e ecossistemas do país.
O cuy é uma espécie nativa originária dos Andes, que vive principalmente em países distribuídos no eixo da cordilheira dos Andes, como Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, noroeste da Argentina e norte do Chile. O roedor vive abaixo de 4.500 metros acima do nível do mar e ocupa regiões da costa, serra e selva alta.
No entanto, segundo informações zoológicas, o habitat do cuy é ainda mais extenso. Foi registrado desde a América Central, o Caribe e as Antilhas até o sul do Brasil, Uruguai e Paraguai na América do Sul. Finalmente, também está presente em outros continentes, onde é mais famoso por ser um animal de estimação do que uma iguaria gastronômica.
O corpo do cuy é alongado e coberto por pelos que podem ser lisos, eriçados ou aderidos ao corpo, formando redemoinhos, de várias cores. Além disso, a cabeça é larga e grande em comparação com o corpo, suas orelhas são pequenas e arredondadas. Tem patas curtas terminadas em dedos finos, cujo número varia.
O cuy se alimenta principalmente de alfafa e forragem (grama verde), que além de fornecer água e vitamina C, proporciona maior rendimento de carne. No entanto, sua alimentação é variada, pois também consome várias verduras e legumes, que ajudam a prevenir doenças.
Sua criação é muito difundida em nossa área, usando em muitos casos sistemas tradicionais de manejo, sendo sua alimentação à base de forragens.
O cuy é selecionado por sua precocidade e proporcionalidade, já que o principal produto obtido desses animais é sua carne, que apresenta características nutricionais como 19,1% de proteína e 7,41% de gordura.
Atualmente, o Peru é o maior produtor e consumidor mundial de carne de cuy. Devido ao seu baixo custo de produção em pequenas criações, a carne de cuy constitui um produto de alta qualidade nutricional que contribui para a segurança alimentar dos habitantes do Peru, além de contribuir para sua economia com a comercialização do produto.
Quando se fala em cuyes, não se pode referir a raças devido à diversidade de cruzamentos que esses animais têm há muitos anos de forma incontrolável. No Peru, os programas estabelecidos pelo governo obtiveram novas espécies de cuyes sem ainda definir raças. Por isso, os cuyes foram classificados por tipos, levando em consideração características como pelagem e conformação corporal.
De acordo com a pelagem, existem 4 tipos:
Quais pratos são mais famosos com cuy?
Cuy chactado
É um cuy frito em óleo abundante, até ficar crocante, sob uma pedra que serve como tampa. Costuma ser acompanhado por batatas cozidas, milho e molhos de pimenta, como o creme de huacatay. É um prato fortemente condimentado e tem como uma de suas características distintivas o fato de que o animal é apresentado inteiro no prato.
Cuy assado
É um prato em que o cuy é assado no forno e pode ser acompanhado por batatas cozidas, macarrão assado e mais.
Cuy recheado
O cuy é temperado com especiarias andinas, as mesmas vísceras e sangue do cuy são reutilizados no recheio do prato. O animal é perfurado com um pau de ferro para que ele doure nas brasas. Depois de assado, o cuy é cortado em rodelas e servido com batatas, cancha serrana e chicha de jora.
Pepián de cuy
O cuy é cortado em quatro peças, é frito levemente e depois colocado em uma panela onde um molho é cozido com cebola, alho, pimenta e sal. O cuy é incorporado e cozido por cerca de 20 minutos. Antes de retirá-lo do fogo, é adicionado amendoim torrado moído para dar um s
abor agradável. É servido com uma porção de macarrão caseiro e batata cozida.
Chiri Uchu
Este prato é geralmente servido em junho, durante a festividade de Corpus Christi, porque os ingredientes que contém, incluindo o cuy, eram oferecidos ao deus Inti em 24 de junho, o que explica seu consumo neste mês.
O cuy é uma herança milenar, uma tradição herdada de ancestrais pré-hispânicos, que se não fosse pela passagem de geração em geração de indígenas e camponeses que ainda mantinham a criação do cuy, não teríamos isso na atualidade.
O cuy também é usado como animal de estimação. Embora seja uma prática recente em nosso país, é considerado um dos animais de estimação mais populares em países como Alemanha ou Espanha.
O cuy foi levado para a indústria cinematográfica no famoso filme Fuerza-G, produzido pela Walt Disney Pictures em 2009, onde os personagens principais são uma equipe de cuyes. Assim, a popularidade do cuy aumentou mundialmente.
Ele está presente como imagem publicitária do Banco de Crédito del Perú, onde este personagem carismático oferece conselhos a todos os interessados em negócios.
Oliver Sonne
Em uma entrevista, o jogador de futebol revelou sua comida favorita no Peru. O lateral dinamarquês de 23 anos mencionou que sua avó tem a tradição de cozinhar comida peruana para sua família e é por isso que ele conhece a gastronomia nacional. Quanto aos seus pratos peruanos favoritos, Oliver Sonne respondeu: “Acho que diria tanto o ceviche quanto o cuy”. Essa resposta surpreendeu jornalistas e usuários das redes sociais, que elogiaram sua escolha.
Masha
A popular influenciadora russa, conhecida como Masha, causou sensação no TikTok ao detalhar as coisas particulares que não encontrará em sua terra natal e que conseguiu com facilidade no Peru. Masha afirmou que haveria quatro coisas principais que nunca mais poderá repetir depois de sair do solo peruano, “4 coisas que gosto no Peru, mas não existem na Rússia”, diz Masha no conteúdo com mais de 220 mil reproduções que se tornou popular quando a jovem confessou que estas eram Inca Kola, milho roxo, cuy frito e lúcuma, demonstrando assim sua tristeza por ter que se despedir desses alimentos ao sair do país.
Referências
Amón Abad, C. E. (2006). Avaliação de combinações de forragem verde e balanceado para crescimento e engorda de cuyes (Tese de bacharelado, Universidad del Azuay).
Fontes:
http://es.wiktionary.org/wiki/cobaya
